domingo, 11 de setembro de 2011

Brasileiro não vê o brincar como prioridade para a criança

Notícia sobre resultado de pesquisa da Ipsos Public Affairs publicada no site do deputado federal Fernando Gabeira. A pesquisa indica que apenas 19% dos entrevistados classificam a brincadeira como fundamental para os filhos

Estatuto da Criança e do Adolescente

A lei promulgada no Brasil em 13 de julho de 1990 tem o objetivo de garantir proteção integral à criança e ao adolescente no País. Em seu art. 16, que enumera os aspectos do direito à liberdade garantidos à criança, há um inciso, o IV, que especifica o direito de “brincar, praticar esportes e divertir-se”.

Convenção Sobre os Direitos da Criança

A Assembléia Geral das Nações Unidas adotou a Carta Magna para as crianças de todo o mundo em 20 de novembro de 1989. No ano seguinte, o documento foi oficializado como lei internacional. Foi ratificado por 192 países, incluindo o Brasil. “Brincar é um dos traços característicos da primeira infância. Por meio da brincadeira, a criança, além de se divertir, amplia suas capacidades”.

Declaração Universal dos Direitos da Criança

Declaração Universal dos Direitos da Criança
Publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Unicef, em 1959. O documento dita: “A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito”. Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração dos Direitos da Criança enuncia um padrão a que todos devem aspirar.

IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA

Atividades que as mães associam ao desenvolvimento saudável


Já é consenso entre especialistas como médicos, psicólogos e pedagogos: para a criança o ato de brincar tem importância equivalente ao acesso à educação e à saúde. Não é à toa que o direito à brincadeira consta de documentos como a Declaração Universal dos Direitos da Criança, documento da Unicef de 1959, e, em nível nacional, do Estatuto da Criança e do Adolescente, a lei que no Brasil especifica os direitos de quem está em pleno desenvolvimento físico e psicológico. Apesar desse reconhecimento formal, muita gente não enxerga importância na brincadeira. Ainda persiste a idéia de oposição entre o ato de aprender e o de brincar. No Brasil, pesquisa revela que apenas 19% dos brasileiros reconhecem na brincadeira algo de fundamental para o desenvolvimento da criança.

sábado, 27 de agosto de 2011

Aos 6 anos, as crianças devem ser alfabetizadas ou só brincar na escola?

A idéia de que a garotada dessa idade tem só de brincar na escola para quando mais velha ser alfabetizada não coincide com o mundo real, pois já foi comprovado que muitas crianças dessa faixa etária se alfabetizam quando têm muito contato com as práticas de leitura e escrita, inclusive em situações não escolares. Por isso, é importante aproximar os pequenos, desde a Educação Infantil, de livros e de outros tipos de material escrito, além de fazê-los entrar em contato com o próprio nome e o dos amigos a fim de que aprendam a reconhecê-los e escrevê-los. A contação de histórias é outra prática válida para a alfabetização inicial porque influencia positivamente no processo de aquisição da escrita. Nenhuma dessas práticas impede as crianças de brincar e todas contribuem para que já ao fim da Educação Infantil elas estejam imersas na cultura escrita

ALFABETIZAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL.PODE?

A polêmica sobre ensinar ou não as crianças a ler e a escrever já na Educação Infantil tem origem em pressupostos diferentes a respeito de várias questões. Entre elas:

■ O que é alfabetização? Alguns educadores acham que é a aquisição do sistema alfabético de escrita; outros, um processo pelo qual a pessoa se torna capaz de ler, compreender o texto e se expressar por escrito.

■ Como se aprende a ler e escrever? Pode ser uma aprendizagem de natureza perceptual e motora ou de natureza conceitual. O ensino, no primeiro caso, pode estar baseado no reconhecimento e na cópia de letras, sílabas e palavras. No segundo, no planejamento intencional de práticas sociais mediadas pela escrita, para que as crianças delas participem e recebam informações contextualizadas.

■ O que é a escrita? Há quem defenda ser um simples código de transcrição da fala e os que acreditam ser ela um sistema de representação da linguagem, um objeto social complexo com diferentes usos e funções.
Em razão desses diferentes pressupostos, alguns educadores receiam a antecipação de práticas pedagógicas tradicionais do Ensino Fundamental antes dos 6 anos (exercícios de prontidão, cópia e memorização) e a perda do lúdico. Como se a escrita entrasse por uma porta e as atividades com outras linguagens (música, brincadeira, desenho etc.) saíssem por outra. Por outro lado, há quem valorize a presença da cultura escrita na Educação Infantil por entender que para o processo de alfabetização é importante a criança ter familiaridade com o mundo dos textos.

Na Educação Infantil, as crianças recebem informações sobre a escrita quando: brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e diferenças entre os termos; manuseiam todo tipo de material escrito, como revistas, gibis, livros, fascículos etc.; e o professor lê para a turma e serve de escriba na produção de textos coletivos.

Alguns alunos estão imersos nesse contexto, convivendo com adultos alfabetizados e com livros em casa e aprendendo as letras no teclado do computador. Eles fazem parte de um mundo letrado, de um ambiente alfabetizador. Outros não: há os que vivem na zona rural, onde a escrita não é tão presente, e os que, mesmo morando em centros urbanos, não têm contato com pessoas alfabetizadas e com os usos sociais da leitura e da escrita.

Grande parte das crianças da escola pública depende desse espaço para ter acesso a esse patrimônio cultural. A Educação Infantil é uma etapa fundamental do desenvolvimento escolar das crianças. Ao democratizar o acesso à cultura escrita, ela contribui para minimizar diferenças socioculturais. Para que os alunos aprendam a ler e a escrever, é preciso que participem de atos de leitura e escrita desde o início da escolarização. Se a Educação Infantil cumprir seu papel, envolvendo os pequenos em atividades que os façam pensar e compreender a escrita, no final dessa etapa eles estarão naturalmente alfabetizados (ou aptos a dar passos mais ousados em seus papéis de leitores e escritores)".